A obesidade é um problema crescente em muitas partes do mundo, com taxas de excesso de peso e de indivíduos obesos a aumentar constantemente ao longo das últimas décadas. Segundo a Organização Mundial de Saúde, mais de 650 milhões de adultos eram obesos em 2016, e espera-se que este número continue a aumentar. A obesidade não é apenas uma questão de aparência, mas uma séria preocupação de saúde que pode levar a uma série de doenças crónicas, tais como diabetes, doenças cardíacas e cancro. Neste artigo, iremos explorar as causas e consequências da obesidade, bem como as potenciais soluções para combater esta epidemia com Miguel Angel Paredes, médico desportivo e nutricional.
O que é a obesidade?
Segundo as organizações internacionais de saúde, a obesidade é definida como IMC > 30. O IMC é um indicador, sem entrar no debate sobre a sua obsolescência, que relaciona peso com altura. É calculado dividindo o peso em quilos pelo quadrado da altura em metros (kg/m2).
O que provoca a obesidade?
Em geral, o primeiro passo para a obesidade é um desequilíbrio energético entre as calorias que gastamos e as calorias que consumimos. Os factores que influenciam este processo incluem a diminuição da atividade física e o aumento do consumo de alimentos com elevado teor calórico.
Como é que isso nos afecta?
• Hipertensão arterial.
• Diabetes.
• Dislipidemia: triglicéridos elevados, LDL elevado (colesterol “mau”) e HDL baixo (colesterol “bom”).
• Coronariopatia: Os vasos que irrigam o miocárdio são afectados e eventos como ataques cardíacos ou angina podem ocorrer.
• Acidente vascular cerebral, acidente vascular cerebral.
• Doença hepática gordurosa.
• Osteoartrose: doença degenerativa que afecta as articulações.
• Apneia do sono.
• Problemas durante a gravidez: diabetes gestacional, pré-eclâmpsia (tensão arterial elevada que afecta tanto a saúde da mãe como a do feto).
• Cancro: endometrial (2 a 4 vezes mais), adenocarcinoma do esófago (x2), fígado, rim, colorrectal…
• Depressão, ansiedade e outras perturbações mentais.
Como evitar ou reduzir a obesidade?
A grande faceta desta doença é tanto a prevenção como a capacidade que temos de a inverter, devemos acrescentar que nunca é fácil mudar hábitos, especialmente quando incluímos a alimentação e a actividade física como os pilares essenciais onde devemos influenciar.
Em termos de dieta alimentar:
• Redução de alimentos ricos em calorias, tais como gorduras e açúcares.
• Aumentar o consumo de fruta, vegetais, peixe, frutos secos, cereais integrais, etc.
• O planeamento de refeições aumenta a probabilidade de adesão à dieta. Ajuda-nos também a seguir certas orientações ao fazer compras, evitando ter este tipo de produtos em casa, que devemos manter afastados de nós, para não nos sentirmos tentados a consumir comida de plástico.
Quanto à actividade física:
• Actividade aeróbica e treino de força.
• É preciso lembrar que o aumento da massa muscular aumenta o nosso metabolismo basal.
MIGUEL ANGEL PAREDES
MÉDICO DESPORTIVO E NUTRICIONAL
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